terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Fogão à lenha




"Saudade louca de ouvir
um som manhoso do
berrante preguiçoso nos 
confins do meu sertao."
Mágoa de Boiadeiro

Penso que toda casa tem a alma dos moradores, criada pelos pensamentos, sentimentos e hábitos de quem mora ali, mas coração só tem a casa que tem um fogão à lenha.
 Desde sempre, quando enxergo em uma casa um fogão à lenha me vem uma sensação de alívio, como se as pessoas que ali moram falassem o mesmo idioma que eu.
 Todas as imagens que me vêm à memória, quando penso em fogão à lenha, estão ligadas à família, às reuniões de domingo, às avós e avôs e pequenos dedinhos roubando o torresmo que acabou de ficar pronto.
O cheiro é de carne de porco e de temperos frescos cortados aos montes sobre grandes tabuas de madeira e a lenha. Ah, o cheiro da lenha queimando...
Quando penso no fogão à lenha, penso em mulheres cozinhando e conversando, em homens bebendo e tocando violão, mas todos juntos, ao redor do fogão à lenha. A imagem que me vem à mente é de conforto, aconchego. Lembro das grandes panelas de barro e de ferro borbulhando feijão e caldo de mandioca com carne seca.
E o bule?Quem não imagina o bule esmaltado azul, descasando a borda, fumegando no fogão, o café coado no filtro de pano.
As compotas de frutas em grandes vidros, com as tampas envoltas em tecido xadrez, amontoados pelas prateleiras.


A querida Silvia Correa Petroucic, de Barretos escreveu um livro que eu amo.
Em meio a muitas ótimas receitas ela fala do berrante,do peão da fazenda, do fogão a lenha,do peão de rodeio,da festa do peão de boiadeiro, da queima do alho, da catira, do churrasco, do café.

 Eu conhecia por GALINHADA, em Angatuba é ARROZ COM FRANGO, o sabor é o mesmo...

Ingredientes
1 galinha caipira temperada de véspera, com 2 colheres (de sopa) de vinagre, 3 dentes de alho, 1 colher (de sopa) rasa de sal, pimenta do reino e pimenta ardida. 
5 colheres(de sopa) de óleo
2 cebolas médias picadas
3 dentes de alho picadinhos
3 xícaras (de chá) de arroz cru, lavado e escorrido
5 xícaras (de chá) de água
1/2 xícara (de chá) de cheiro-verde picadinho

Modo de preparar

Corte a galinha pelas juntas e os pedaços maires em dois. Tempere-a, de véspera, com vinagre, alho, sal, pimenta do reino e pimenta ardida. Deixe-a na geladeira por uma noite.
Em uma panela de pressão de 5 litros, esquente o óleo e frite nele a galinha, até dourar.
Cubra com água quente e feche a pressão. Após pegar pressão, deixe cozinhar de 40 a 50 minutos em fogo médio. Para saber se está cozida, espete o garfo na coxa da galinha.Estando macia a carne, retire-a do caldo que se formou e reserve, assim como o caldo e o excesso de óleo separado. Em uma panela média de alumínio grosso ou de ferro, esquente 3 colheres de sopa do óleo reservado, acrescente a galinha, as cebolas, o alho e o arroz, fritando-os muito bem, nessa sequência.
Coloque água(aproveite a reservada do cozimento da panela de pressão), prove o sal e as pimentas e incie o cozimento.Use fogo forte e panela destampada até a água começar a secar. Então acrescente o cheiro-verde, abaixe bem o fogo e tampe a panela.
Quando acabar de secar a água, prove o arroz.Se for necessário, pingue mais um pouco de água.O ponto é úmido.Sirva 10 minutos após desligar.
Se você fizer essa receita trocando a galinha por 1,5 kg de suan de porco, o resultado é outro prato típico. 
Moro num lugar
Numa casinha inocente do sertão
De fogo baixo aceso no fogão, fogão à lenha ai ai ...
..
 Galopando vou
Depois da curva tem alguém
Que chamo sempre de meu bem, a me esperar (a me esperar)


Victor e Leo

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